quinta-feira, 11 de maio de 2023

POEMA VOZES


Cristiano Durães, gostei do seu poema “Vozes”. São realmente muitas vozes, polifônicas. Talvez o nosso bardo ancestral devesse ter feito como você diz:  “Camões devia ter deixado os versos irem mar adentro”. Mas não o fez e então continuamos, hoje e sempre, lutando com as palavras nessa batalha inglória. Admirei muito a estrofe:

 

“...e tenho estado entregue ao nocaute

como quem reconhece no desmaio

a última oportunidade

de um sono tranquilo”.

 

Naquilo que me cabe do poema, realmente continuo ainda revirando (ou tentando revirar) “a terra da sepultura” até que se proceda o inverso e a terra seja jogada por cima de mim, aquela mesma terra que deixei amontoada num canto.

 


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