terça-feira, 19 de outubro de 2021

TEMPO DE POESIA


 

Maria José, engenheira da palavra, foi em busca da poesia de Milton Rezende e fez um trabalho de levantamento exaustivo dos núcleos constantes de toda a sua obra. Até chegar ao que ela denomina em seu texto de núcleo sutil de erotismo. Até chegar a este estupendo poema de Milton Rezende, intitulado

 

MARIA

 

O céu desaba sobre mim

com sua cara de fogo

e nuvens de cores,

num movimento frenético

no compasso do amor.

Quando terminarmos

e o sol e a lua e as estrelas

forem embora nas alturas,

eu voltarei a ser noite

ou terei incorporado luzes

suficientes para esperar

até a próxima vez?!

 

“Este poema é outro exemplo do núcleo denominado “erotismo sutil” e gira em

torno do re/encontro e sua fugacidade. Intervalos de luz e de sombras em que o poeta se questiona sobre o vazio ou o preenchimento, o vácuo ou a plenitude do amor”. Maria José chegou perto e arriscou sua interpretação.

Chegar até um poema como este, chegar perto do fogo que é este poema, é correr todo o risco de se queimar ao contato com o que ele diz. Porque o poema não diz a melancolia, não permanece no impasse, não escreve a impossibilidade geradora de paralisia. O poema abre-se à fronteira do imprevisível humano. O poema não constata: “E eu voltarei a ser noite.” O poema pergunta sobre as condições de possibilidade de o amor ter deixado marcas luminosas como vagalumes. Que sinalizam o caminho da espera.

A espera é tudo no amor. Uma arte para poucos. E o poema de Milton Rezende é uma espécie de suma preciosa desta arte para poucos. Poucos esperam pelo tempo em sua vinda, pelo que demora. O poema de Milton Rezende demora na pergunta. Com a delicadeza de quem foi marcado pela luminosidade que os corpos produzem quando se atraem. O poema habita o intervalo. E se move e diz de novo o retorno do amor na instabilidade de um talvez.

 

Luiz Fernando Medeiros

 

                                                             ************

                                             Capa comum: 194 páginas

                                               Ano: 2015

                                               ISBN: 978-85-69033-59-2

                                               Idioma: Português 

 

Preço e onde comprar:

R$ 52,00 (frete incluso). Direto com a autora pelo e-mail: mjrezendecampos@gmail.com

Sobre a autora:

Os projetos da engenheira Maria José saltaram da prancheta para a estante de livros, numa arquitetura de palavras e conceitos literários para analisar a obra do escritor mineiro Milton Rezende.

De suas muitas leituras, feitas sobretudo na adolescência, ficaram as sementes (latentes) que lhe proporcionaram a conclusão de sua abrangente dissertação de mestrado, que agora se publica em formato de livro pela Editora Penalux.

Em 2013 concluiu seu Mestrado em Letras, através do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), sob o título: Tempo de Poesia: Intertextualidade, heteronímia e inventário poético em Milton Rezende, tendo como orientador o Prof. Dr. Luiz Fernando Medeiros de Carvalho, na linha de pesquisa: Literatura de Minas – o regional e o universal.

Incansável em suas pesquisas e incursões literárias participa ativamente do movimento cultural que se opera na cidade de Juiz de Fora, onde reside. O doutorado parece ser o seu próximo e inevitável passo

 

 

 

 

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

A CASA IMPROVISADA

 

Eu achava que gostava de nadar, mas nunca aprendi e sempre afogava. Desisti. Passei a interessar-me por pescaria e ainda hoje, de vez em quando, gosto de pescar. Mas não sou bom pescador e não tenho nenhuma história pra contar, nem que seja de mentira. Resolvi então andar a cavalo e levei alguns tombos. Mudei de fase. Comecei a soltar pipas e papagaios e estou nessa até hoje, escrevendo e publicando livros presos a uma linha de barbante. Houve um tempo em que eu me imaginava compositor e não um poeta. Misturei tudo e acabei não sendo uma coisa nem outra, embora continue escrevendo. Ganhei um violão e com ele pensava conquistar o mundo, como tinham feito os Beatles, mas não passei dos primeiros acordes. Sempre fui e continuo sendo um idealista, embora tenha perdido todas as certezas ao longo do caminho. Reconheço que somos movidos a paixões, mas Sartre já advertia “que não é tarefa fácil amar alguém. É preciso ter uma energia, uma curiosidade, uma cegueira... há até um momento, bem no início, em que é preciso saltar por cima de um precipício: se refletimos, não o fazemos”. E ele conclui dizendo que nunca mais saltaria. Compete a nós a decisão e a escolha sobre todos esses pulos no escuro da vida. Em qualquer caso, resta-nos sempre a literatura.

                                                                ************

Capa comum: 126 páginas

Ano: 2019

ISBN: 978-85-5833-570-6

Idioma: português


Preço e onde comprar:

R$ 52,00 (incluindo o frete). Direto com o autor pelos e-mail:

milton.rezende@yahoo.com.br

 

Formas de pagamento: depósito e transferência bancária (Banco do Brasil e Caixa Federal) ou PIX    


Sobre o autor:  


Milton Rezende nasceu em Ervália (MG), em 23/09/1962. Viveu em Juiz de Fora (MG), onde foi estudante de Letras na UFJF. Funcionário público aposentado, atualmente reside em Campinas (SP). Escreve em prosa e poesia e sua obra consiste de doze livros publicados. Colaborações em diversos blogs, revistas, jornais e sites de literatura, tais como: Germina, Alagunas, Subversa, Jornal de Poesia, O Bule, Poesia para Todos, Palpitar, Gotas de poesia e Outras essências, Portal Literal, Recanto das Letras, Gaveta do Ivo, Contos Cabulosos e Cronópios.

 

Fortuna crítica: “Tempo de Poesia: Intertextualidade, heteronímia e inventário poético em Milton Rezende”, de Maria José Rezende Campos (Penalux, 2015).

 

www.miltoncarlosrezende.com.br


domingo, 17 de outubro de 2021

MAIS UMA XÍCARA DE CAFÉ (one more cup of coffee)


 

“Trata-se de notas e apontamentos, sequenciados no tempo e no espaço, numa prosa de ficção ou prosa poética em que o autor se revela nas ascensões e quedas cotidianas, próprias ao ser humano quando este se encontra imerso num caos emocional onde tudo se dissolve e mistura.
Aqui não se encontra um enredo definido ou, dito de outra forma, o enredo é a própria vida do narrador que vai se delineando, se desdobrando e sofrendo as inflexões específicas e contraditórias da sua sensibilidade. “

                                               Capa comum: 204 páginas

                                               Ano: 2017

                                               ISBN: 978-85-5833-273-6

                                               Idioma: Português

 

Preço e onde comprar:

R$ 36,00 + 10,00 (frete dos correios) = 46,00. Direto com o autor pelos e-mail: milton.rezende@yahoo.com.br

Formas de pagamento:

Depósito e transferência bancária (Banco do Brasil e Caixa Federal) ou PIX

  

Sobre o autor:

Milton Rezende nasceu em Ervália (MG), em 23/09/1962. Viveu em Juiz de Fora (MG), onde foi estudante de Letras na UFJF. Funcionário público aposentado, atualmente reside em Campinas (SP). Escreve em prosa e poesia e sua obra consiste de doze livros publicados. Colaborações em diversos blogs, revistas, jornais e sites de literatura, tais como: Germina, Alagunas, Subversa, Jornal de Poesia, O Bule, Poesia para Todos, Palpitar, Gotas de poesia e Outras essências, Portal Literal, Recanto das Letras, Gaveta do Ivo, Contos Cabulosos e Cronópios.

 

Fortuna crítica: “Tempo de Poesia: Intertextualidade, heteronímia e inventário poético em Milton Rezende”, de Maria José Rezende Campos (Penalux, 2015).

 

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sábado, 16 de outubro de 2021

A MAGIA E A ARTE DOS CEMITÉRIOS


  “O autor deste livro realizou, a meu ver, uma curiosa e estranha síntese da inteligência e do obscurantismo. Foi a impressão que me ficou e veio de chofre. Admirei a inteligência e, ao mesmo tempo, o obscurantismo na elaboração do tema que às vezes resvala para o pitoresco, o macabro e as significações ocultas. É um assunto interessante, sem dúvida, mas cheio de dificuldades e armadilhas para o pesquisador mais afoito. No entanto, o autor – não sendo um professor, teórico ou acadêmico – consegue a proeza de contornar os obstáculos com a maestria de um poeta.

Por que escrever sobre a morte, os cemitérios e as suas paisagens desoladas de cruzes e sepulturas? Simplesmente porque alguém tem que fazê-lo. E há, naturalmente, toda a magia e um grande mistério envolvendo o assunto. Não dá mesmo para fugir dele, contornar, fingir que não existe. Acontece todos os dias e com todas as pessoas: a realidade e a presença da morte estão sempre aí, desafiando os nossos medos e a nossa compreensão da vida.
E há também a arte tumular, secular maneira de prestar homenagem aos entes queridos que se foram. De onde vem isso? O livro tenta responder a questão e, para tanto, procura diversas abordagens possíveis num elenco de inesgotáveis possibilidades: cultural, artística, histórica, psicológica, sociológica, antropológica, religiosa, filosófica e existencial. Há de tudo aqui, numa mistura multidisciplinar de permanente diálogo entre as vertentes do pensamento. “

 

                                                   Capa comum: 220 páginas

                                                   Ano: 2014

                                                     ISBN: 978-85-8406-0047

                                                   Idioma: Português

 

Preço e onde comprar:

R$ 55,00 (incluindo o frete). Direto com o autor pelo e-mail: milton.rezende@yahoo.com.br

Formas de pagamento:

Depósito e transferência bancária (Banco do Brasil e Caixa Federal) ou PIX

Sobre o autor:

Milton Rezende nasceu em Ervália (MG), em 23/09/1962. Viveu em Juiz de Fora (MG), onde foi estudante de Letras na UFJF. Funcionário público aposentado, atualmente reside em Campinas (SP). Escreve em prosa e poesia e sua obra consiste de doze livros publicados. Colaborações em diversos blogs, revistas, jornais e sites de literatura, tais como: Germina, Alagunas, Subversa, Jornal de Poesia, O Bule, Poesia para Todos, Palpitar, Gotas de poesia e Outras essências, Portal Literal, Recanto das Letras, Gaveta do Ivo, Contos Cabulosos e Cronópios.

 

Fortuna crítica: “Tempo de Poesia: Intertextualidade, heteronímia e inventário poético em Milton Rezende”, de Maria José Rezende Campos (Penalux, 2015).

 

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sexta-feira, 15 de outubro de 2021

TEXTOS E ENSAIOS


 

 “Textos e Ensaios” tendo como apêndice “Pensamentos de Juventude” são, como o próprio nome diz, textos, ensaios e pensamentos escritos entre os anos de 1979 a 2011, na juventude e na vida adulta do autor e publicados em formato livro no ano de 2012, através da Editora Multifoco.
Antes, em sua grande maioria, eles já haviam sido publicados em jornais, revistas, blogs e sites de literatura pelo Brasil afora, adentrando mundos na treva espessa.
Há uma certa temporalidade e urgência nestes escritos, mas as datas soam como referências e não chegam a ser datadas no sentido de perderem a validade argumentativa do debate.
São questões que indagamos sempre mesmo que não se tenha explicações ou definições plausíveis. Na pior das hipóteses são exercícios feitos em prosa no meio do vazio e do sem-sentido da existência humana. A lua escura sabe.“

 

FICHA TÉCNICA:

EDITORA MULTIFOCO

Simmer & Amorim Edição e Comunicação Ltda.

 

EDIÇÃO

Marcos Vinícius Almeida

APRESENTAÇÃO

Outro Silva

REVISÃO

Milton Rezende

CAPA E DIAGRAMAÇÃO

Guilherme Peres

CONTATO

milton.rezende@yahoo.com.br

 

Textos e Ensaios

REZENDE, Milton

 

1ª Edição

Abril de 2012

ISBN: 978-85-7961-823-9

 

 

Milton Rezende nasceu em Ervália (MG), em 23/09/1962. Viveu em Juiz de Fora (MG), onde foi estudante de Letras na UFJF. Funcionário público aposentado, atualmente reside em Campinas (SP). Escreve em prosa e poesia e sua obra consiste de doze livros publicados. Colaborações em diversos blogs, revistas, jornais e sites de literatura, tais como: Germina, Alagunas, Subversa, Jornal de Poesia, O Bule, Poesia para Todos, Palpitar, Gotas de poesia e Outras essências, Portal Literal, Recanto das Letras, Gaveta do Ivo, Contos Cabulosos e Cronópios.

 

Fortuna crítica: “Tempo de Poesia: Intertextualidade, heteronímia e inventário poético em Milton Rezende”, de Maria José Rezende Campos (Penalux, 2015).

 

www.miltoncarlosrezende.com.br

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

DE SÃO SEBASTIÃO DOS AFLITOS A ERVÁLIA - UMA INTRODUÇÃO


 

“Milton Rezende, 44, ervalense, depois de muito pesquisar e após dois anos de trabalho ininterrupto concluiu e agora publica o 1º livro sobre a história de Ervália, município situado na Zona da Mata Mineira.
Trata-se de um ensaio histórico/literário amplamente ilustrado com fotos, quadros, desenhos, mapas, croquis e que, ao longo de suas 300 páginas, traça um painel abrangente (ainda que introdutório) de sua terra natal desde os seus primórdios, no século XVII até os dias atuais.
O livro, que traz a apresentação do poeta e tradutor Ivo Barroso, também filho da terra, conta ainda com o patrocínio da prefeitura local e de duas empresas sediadas em Santa Catarina – SC e pertencentes aos irmãos, Gilmar e José Élson, eles também ervalenses de nascimento e coração.
O autor já publicou quatro livros de poemas: O Acaso das Manhãs, Areia (À Fragmentação da Pedra), Inventário de Sombras e A Sentinela em Fuga e Outras Ausências e esta é a sua primeira incursão pela prosa.
A presente obra encontra-se dividida em capítulos, anexos, iconografia, apêndice e faz referências ao folclore local e seus personagens inesquecíveis. Mescla passado e presente e tenta projetar o futuro, numa permanente busca de uma síntese meio que impossível, mas que é continuamente tentada pelos homens.
Neste livro encontra-se ainda uma pequena antologia de poemas sobre Ervália e escritos por autores ervalenses de diferentes épocas e estilos. Há também letras de música e o vento que sopra do Monumento ao Santo Cristo, numa coreografia de coqueiros.“

            

Capa comum: 300 páginas

                                                       Ano: 2006

                                                       ISBN: 85-98026-09-03

                                                       Idioma: Português

                                                          Editora; Templo

 

Preço e onde comprar:

R$ 55,00 (frete incluso). Direto com o autor pelos e-mails: milton.rezende@yahoo.com.br

Formas de pagamento:

Depósito e transferência bancária (Banco do Brasil e Caixa Federal) ou PIX

Sobre o autor:

Milton Rezende nasceu em Ervália (MG), em 23/09/1962. Viveu em Juiz de Fora (MG), onde foi estudante de Letras na UFJF. Funcionário público aposentado, atualmente reside em Campinas (SP). Escreve em prosa e poesia e sua obra consiste de doze livros publicados. Colaborações em diversos blogs, revistas, jornais e sites de literatura, tais como: Germina, Alagunas, Subversa, Jornal de Poesia, O Bule, Poesia para Todos, Palpitar, Gotas de poesia e Outras essências, Portal Literal, Recanto das Letras, Gaveta do Ivo, Contos Cabulosos e Cronópios.

 

Fortuna crítica: “Tempo de Poesia: Intertextualidade, heteronímia e inventário poético em Milton Rezende”, de Maria José Rezende Campos (Penalux, 2015).

 

                            www.miltoncarlosrezende.com.br

 

 

 

 

 

 

terça-feira, 12 de outubro de 2021

UM ANDARILHO DENTRO DE CASA


 

Milton Rezende expressa na sua poesia os lados latentes do seu espírito, o qual não encontraria outros caminhos para existir, a não ser quando revelados em sua forma pura, desnudada pelas palavras. O raciocínio poético utilizado por Milton não joga demasiadamente com as palavras, pelo contrário, diz exatamente o que se intenta entender nos primeiros contatos com sua poesia. Milton diz da dificuldade em conciliar seus paradigmas de homem rural com as novas ideias propagadas por uma juventude que pensa entender de tudo. Por este olhar, o poeta afirma ter preferência por sua sabedoria pragmática, ainda que ela seja de fato exposta a fraudulência. No poema “Alzheimer preventivo” o poeta desabafa o peso que sente pelo julgamento externo, e encontra na transfiguração dos seus sentimentos para as palavras o refúgio contra a maldade dos homens. Já em “Medo de...de/decair” o tema da morte faz-se presente na convicção de que o fim do ser é a ausência de dor, e também de que o homem não deve lutar contra o poder impositivo da morte, ainda mais quando é ela o anestésico contra a dolorosa vida. Os temas para este escritor são diversos e sempre expostos sem mascaramento pela escolha de palavras simples com poder de formar sua narrativa poética sem o comprometimento de seu entendimento.

 

“1986 – 2016: trinta anos da poesia andarilha de Milton Rezende. Um marco e ao mesmo tempo um desafio. Como seguir adiante sob o peso destes dez livros publicados? Uma vida se transcorreu nesse intervalo debaixo da chuva ou em dias de sol, mas, na verdade, ao pé da letra, não se saiu muito do lugar de onde se começou a andar, em círculos concêntricos de perplexidade. A literatura é cíclica e ainda hoje nos convida a seguir as mesmas trilhas com as questões que nos motivaram. O negócio é seguir caminhando, andarilho sem causa, à beira do caminho, no meio dos atalhos de pedra e de sonhos. “

 

FICHA TÉCNICA:

EDITORA PENALUX: Guaratinguetá – SP

EDIÇÃO: França & Gory

REVISÃO: Francisco de Assis Campos; Maria José Rezende Campos

CONCEPÇÃO DE CAPA E CONTRACAPA: Milton Rezende

DIAGRAMAÇÃO: Ricardo A. O. Paixão

 

 

Milton Rezende nasceu em Ervália (MG), em 23/09/1962. Viveu em Juiz de Fora (MG), onde foi estudante de Letras na UFJF. Funcionário público aposentado, atualmente reside em Campinas (SP). Escreve em prosa e poesia e sua obra consiste de doze livros publicados. Colaborações em diversos blogs, revistas, jornais e sites de literatura.

 

                                        www.miltoncarlosrezende.com.br

 

 

 

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

O JARDIM SIMULTÂNEO


 

Ao analisarmos a poesia de Milton Rezende percebemos que a sensibilidade e a simplicidade são as chaves que permitem penetrar no seu universo particular e único: um jeito diferente, especial e todo próprio de captar a realidade e devolvê-la depois na forma de uma interpretação bastante pessoal e diversa do senso comum, mas que complementa a realidade com um elemento novo que geralmente nos escapa em nossa percepção do cotidiano.
Não deve ser fácil a tarefa de estar o tempo todo se confrontando consigo mesmo diante de um espelho perverso que reflete a humanidade em seus momentos de grandeza e terrível desajuste de uma espécie fadada ao aniquilamento, tal como se percebe neste novo volume de poemas “O Jardim Simultâneo”. 

 

                                               Capa comum: 130 páginas

                                               Ano: 2013

                                               ISBN: 978-85-66266-17-7

                                               Idioma: Português

 

Preço e onde comprar:

R$ 34,00 + 10,00 (frete dos correios) = 44,00. Direto com o autor pelo e-mail: milton.rezende@yahoo.com.br

Formas de pagamento:

Depósito e transferência bancária (Banco do Brasil e Caixa Federal) ou PIX 

Sobre o autor:

Milton Rezende nasceu em Ervália (MG), em 23/09/1962. Viveu em Juiz de Fora (MG), onde foi estudante de Letras na UFJF. Funcionário público aposentado, atualmente reside em Campinas (SP). Escreve em prosa e poesia e sua obra consiste de doze livros publicados. Colaborações em diversos blogs, revistas, jornais e sites de literatura, tais como: Germina, Alagunas, Subversa, Jornal de Poesia, O Bule, Poesia para Todos, Palpitar, Gotas de poesia e Outras essências, Portal Literal, Recanto das Letras, Gaveta do Ivo, Contos Cabulosos e Cronópios.

 

Fortuna crítica: “Tempo de Poesia: Intertextualidade, heteronímia e inventário poético em Milton Rezende”, de Maria José Rezende Campos (Penalux, 2015).

 

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domingo, 10 de outubro de 2021

POST SCRIPTUM

 

Este foi o último Post que o Sr. Ivo Barroso estava escrevendo, e ele contava que na casa de sua Avó havia o famoso Filtro-Fiel bem destacado, que ficava numa extremidade da sala, e tinha uma enorme pedra porosa que se enchia d’água e ia pingando num receptáculo de barro (o  filtro) onde havia uma canequinha de prata para servir a todos.

O FILTRO DA CASA OU CLEPSIDRA

No silêncio da sala, gota a gota, 
transborda o filtro… A intermitente nota
fura-me o cérebro, um olhar me vidra,
me ataca  os nervos a estranha clepsidra.

E, monotonamente, espero o grito
De cada gota. O olhar insone, aflito,
Num ponto vago e multicelular
Espera a próxima gota pingar.

Sinto um silêncio de piscina enorme,
Onde a figura de um fauno que dorme.

Deixa cair um pingo… espaço… um pingo.
Enquanto o filtro transborda na sala,
A nota de um sino aolonge badala
Na cristalina manhã de domingo.   

Ivo Barroso – 1948

P. S. Certamente diante do “Filtro Fiel” da casa de minha Avó.

O poeta, escritor e tradutor Ivo Barroso morreu aos 91 anos, na última terça-feira (5). Ele estava internado na Casa de Saúde São José, no Humaitá, na Zona Sul do Rio. 

Um dos maiores tradutores brasileiros, Ivo Barroso foi responsável por traduzir autores como Shakespeare, Edgar Allan Poe e Jane Austen.

Ivo do Nascimento Barrosos nasceu na cidade de Ervália, Minas Gerais, em dezembro de 1929. Aos 16 anos, ele se mudou para o Rio de Janeiro, morou 25 anos entre Portugal, Holanda, Inglaterra, Suécia e França onde retornou para o Rio onde viveu grande parte de sua vida. 

Filho de um farmacêutico do município de Ervália, seu talento com as letras foi descoberto quando ainda era muito jovem. Escreveu a “Rapsódia Hervalense”, com poemas que retrataram o momento histórico da cidade. “A Biquinha” obra de 1953 foi perpetuada em uma placa na Capela da Biquinha.

Formado em Direito e em Línguas e Literaturas Neolatinas, Ivo trabalhou em algumas editoras e jornais importantes do Brasil, como o Jornal do Brasil e o Estado de S. Paulo, entre outras. Foi assistente do Editor das enciclopédias Delta-Larousse, Mirador e Século XX. Editor-adjunto do Suplemento Literário do Jornal do Brasil, da revista Senhor e de Poesia Sempre (da Biblioteca Nacional). Publicou mais de 30 traduções de grandes autores. Seus livros de versos, Nau dos Náufragos (1982) e Visitações de Alcipe (1991), foram ambos editados em Portugal, onde foi editor da revista Seleções do Reader´s Digest. No Brasil publicou A Caça Virtual e outros poemas (2001, finalista do prêmio Jabuti de poesia daquele ano), editado pela Record. Organizou os livros Poesia e Prosa, de Charles Baudelaire (Nova Aguilar, 1995) e À Margem das Traduções, de Agenor Soares de Moura (Arx Editora, 2003). Escreveu O Corvo e suas traduções (Nova Aguilar, 2000 – agora em 4ª edição, 2019, pelo SESI-SP) e Poesia Ensinada aos Jovens (Tessitura-BH, 2010). Foto de Sandra Mara Franca (2014).

O poeta foi responsável pela publicação de mais de 30 traduções de grandes autores, entre eles Shakespeare, Edgar Allan Poe e Jane Austen. Entre sua premiada e reconhecida obra como tradutor  destacam-se a obra completa de Arthur Rimbaud, os sonetos de Shakespeare, autores como Charles Baudelaire, T.S.Eliot, Herman Hesse, Itálo Calvino, Itálo Svevo, Umberto Eco, André Malraux entre tantos.

Seu último trabalho foi o livro “O Pequeno Príncipe”, a fábula magistral de Antoine de Saint-Exupéry, com um sutil sabor brasileiro. (leia post aqui)

Em seus últimos Posts, ele escrevia muito sobre as memórias de sua infância em Ervália, e dos Irmãos Ney e Léa. Abaixo parte do poema A Morte das Horas, de Ivo Barroso de 1947.

A MORTE DAS HORAS

Quando passar o Tempo que me resta
No relógio-das-horas-do-Destino,
Meu pobre coração, qual velho sino
Que à tarde azul melancolia empresta,

Há de cantar, num dobre vespertino,
Toda a tristeza que não manifesta!
… Ah! um sol de outono a minha vida cresta!…
Adeus, último raio purpurino!…

leia completo:

O TEMPO

SAUDADES DO NEY E DO HERVAL

POETAS DE ERVÁLIA

NOTÍCIAS DO TURVÃO

UM ANO DE SAUDADES (LÉA)

ÉRAMOS QUATRO (Léa, Ivo, Ney e Lia)

Entre outros! Visite o Blog e leia todas as histórias

Descanse em paz, grande Amigo Ivo Barroso!

(1929 – 2021)