Milton Rezende
expressa na sua poesia os lados latentes do seu espírito, o qual não
encontraria outros caminhos para existir, a não ser quando revelados em
sua forma pura, desnudada pelas palavras. O raciocínio poético utilizado
por Milton não joga demasiadamente com as palavras, pelo contrário, diz
exatamente o que se intenta entender nos primeiros contatos com sua
poesia. Milton diz da dificuldade em conciliar seus paradigmas de homem
rural com as novas ideias propagadas por uma juventude que pensa entender
de tudo. Por este olhar, o poeta afirma ter preferência por sua sabedoria
pragmática, ainda que ela seja de fato exposta a fraudulência. No
poema “Alzheimer preventivo” o poeta desabafa o peso que sente pelo
julgamento externo, e encontra na transfiguração dos seus sentimentos para
as palavras o refúgio contra a maldade dos homens. Já em “Medo
de...de/decair” o tema da morte faz-se presente na convicção de que o fim
do ser é a ausência de dor, e também de que o homem não deve lutar contra
o poder impositivo da morte, ainda mais quando é ela o anestésico contra a
dolorosa vida. Os temas para este escritor são diversos e sempre expostos
sem mascaramento pela escolha de palavras simples com poder de formar
sua narrativa poética sem o comprometimento de seu entendimento.
“1986 – 2016: trinta anos da poesia andarilha de Milton Rezende. Um
marco e ao mesmo tempo um desafio. Como seguir adiante sob o peso destes dez
livros publicados? Uma vida se transcorreu nesse intervalo debaixo da chuva ou
em dias de sol, mas, na verdade, ao pé da letra, não se saiu muito do lugar de
onde se começou a andar, em círculos concêntricos de perplexidade. A literatura
é cíclica e ainda hoje nos convida a seguir as mesmas trilhas com as questões
que nos motivaram. O negócio é seguir caminhando, andarilho sem causa, à beira
do caminho, no meio dos atalhos de pedra e de sonhos. “
FICHA TÉCNICA:
EDITORA
PENALUX: Guaratinguetá – SP
EDIÇÃO: França & Gory
REVISÃO: Francisco de Assis Campos; Maria José Rezende
Campos
CONCEPÇÃO DE CAPA E CONTRACAPA: Milton Rezende
DIAGRAMAÇÃO: Ricardo A. O. Paixão
Milton Rezende nasceu em Ervália (MG), em
23/09/1962. Viveu em Juiz de Fora (MG), onde foi estudante de Letras na UFJF.
Funcionário público aposentado, atualmente reside em Campinas (SP). Escreve em
prosa e poesia e sua obra consiste de doze livros publicados. Colaborações em
diversos blogs, revistas, jornais e sites de literatura.
www.miltoncarlosrezende.com.br
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