Jonas
Pessoa, como se pode observar, escreve sobre a temática
social, mas vista de dentro e não de fora como comumente é observada e
descrita. O problema social geralmente é tratado em cima de dados estatísticos.
Os governantes, todos eles, adoram fazer isso: apresentam cifras e números e
ocultam o Ser, o lado humano do sofrer. Como aquele ditado que diz que “quem vê
o doente não vê a doença da pessoa”.
Jonas Pessoa não faz
isso, sua escrita espreita o lado de dentro, sob a perspectiva da doença, das
chagas sociais cotidianamente pisadas por todos nós e nem sequer sujamos os
sapatos das nossas consciências empedernidas, fechadas sobre si mesmas.
Pode-se argumentar que o
registro meramente social e coletivo não seja matéria de poesia, mas a
impressão que eu tive ao ler os originais de “Lamentos” é a de que o Jonas não está muito preocupado em fazer
literatura e sim tentar desnudar a verdade escondida sob o tapete vermelho da
hipocrisia.
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