domingo, 26 de setembro de 2021

À SOMBRA DA MORTE


 Por Milton Rezende

 

Estou saindo de mim

estou me afastando

de um ponto-refúgio

onde eu pudesse talvez

me excluir da chuva.

 

Transbordo-me às vezes

assim como às vezes se

transborda um reservatório.

E espalho estilhaços de mim

para todos os lados, em torrentes.

 

Quero deixar nas pessoas

(como o legado de um deus decaído)

uma série de impressões diferentes

e todas elas – como eu – falsas,

que é para sermos esquecidos.

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