Por Milton Rezende
Estou
saindo de mim
estou
me afastando
de
um ponto-refúgio
onde
eu pudesse talvez
me
excluir da chuva.
Transbordo-me
às vezes
assim
como às vezes se
transborda
um reservatório.
E
espalho estilhaços de mim
para
todos os lados, em torrentes.
Quero
deixar nas pessoas
(como
o legado de um deus decaído)
uma
série de impressões diferentes
e
todas elas – como eu – falsas,
que
é para sermos esquecidos.
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