domingo, 5 de setembro de 2021

BALÉ

 


Por Edson Bráz da Silva

 

Cubro o meu corpo

com a melodia que agora ouço

Embevecido

danço como se o mundo

fosse um palco

ou um salão de baile

finda a música e

despido pelo silêncio

cubro minha vergonha

com minhas inúteis mãos

Cabisbaixo

procuro refúgio nos cantos

nas gretas e grutas

Todos me olham, piedosos

Todos me sorriem, complacentes

Nem uma sombra para cobrir-me

desses olhares, desses sorrisos

Apenas minhas inúteis mãos

Apenas eu

Mas, começa uma nova canção.

 

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