Por Milton Rezende
Com algumas luzes
que
roubei do dia,
edifico
um palco
e
nele instalo minha alquimia.
Expliquei,
com
meu silêncio,
a
descendência do erro
e
continuei sendo uma incógnita
para
mim mesmo.
Observei,
com
minha ausência,
a
natureza mesma das coisas
e
na aparência em que elas se
sem
contudo deixarem de ser neutras.
Passei
despercebido
pelos
camarotes
e
toquei fogo
na
indumentária
dos
figurantes.
Depois
deixei o palco,
circunspeto
com as luzes
que
teciam o óbvio de seu lume
para
uma plateia inexistente.
E
quando o dia incorporou
as
poucas luzes que dele roubei
com
sua claridade geral,
eu
percebi o equívoco
de
minha mágica noturna
ao
acordar sozinho no vestiário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário