segunda-feira, 20 de setembro de 2021

A VISITA


Por Milton Rezende


De súbito a chuva cessou.

Ponho-me a escrever sobre ti,

criatura sem carne

que me visita.

 

Não sei de onde vens,

mas sempre chegas

nas horas mais extenuantes

de minha fuga.

 

Fecho portas e janelas

para não te permitir

livre acesso sobre mim,

que de cansado me basto.

 

Mas tu me vens sem ser chamada

e mesmo sem chegar em forma clara,

sei que és minha consciência,

e te incorporo.

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