Por Milton Rezende
A ilha com seu silêncio
me comunica a morte
dos seres espectrais
que nela vivem ou já viveram.
A ilha cercada por mangues
é um poço de lama e óleo.
Os pescadores da ilha
me comunicam o fim
dos pescadores da ilha.
Os pescadores da ilha
me apresentam a pesca de um dia,
nada.
A ilha com sua morte
me comunica o silêncio
dos seres superiores
que a mataram e matam.
A ilha abandonada pelos banhistas
é um deserto de espuma e água.
Os frequentadores da ilha
me comunicam o desastre
das praias da ilha.
Os frequentadores da ilha
me apresentam o bronzeado de um dia,
petróleo.
A ilha com sua sorte
me comunica o crime
dos seres continentais
que seguem impunes.
Os pescadores da ilha
me comunicam o fim dos peixes
e voltam tarde para casa.
Triste realidade.
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