terça-feira, 22 de março de 2022

Comentário sobre o livro Anímica


Milton,

meu camarada, como a nossa literatura diz muito de nós mesmos, vejo na sua Anímica um grito que sufoca a euforia das palavras para encontrar no silêncio a resposta aos barulhos que o mundo nos empurra goela abaixo como se isso fosse uma faca a nos cortar as entranhas e uma orquestra de órgãos humanos saltasse de dentro de nós para tocar sobre nossa matéria uma valsa fazendo os ossos bailarem sobre a fantasmagórica forma de estar/ser no(o) mundo. Sua poesia e sua prosa, meu caro, me fizeram lembrar Manuel Bandeira abraçado ao silêncio dos dias para aquecer sua solidão. Sua  Anímica é a orquestra que toca o ritmo empreendido à vida.

Jonas Pessoa.

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