ESPERO POSTAR TODOS OS DIAS, NESTE GRUPO E NO MEU BLOG, ALGUMAS HOMENAGENS E DIVULGAÇÃO DE LIVROS DE AUTORES E AUTORAS DO MEU CONHECIMENTO, ALÉM DOS MEUS PRÓPRIOS, COM PEQUENAS SINOPSES DE LIVROS, POEMAS, FOTOGRAFIAS E MINIBIOGRAFIAS.
https://www.facebook.com/groups/583392671797316
https://estantedopoetaedoescritor.blogspot.com/
I
Até me compreenderem
mais nada serei:
nem sombra,
nem lembrança,
assombração,
nada!
mais nada serei:
nem sombra,
nem lembrança,
assombração,
nada!
Minha face
não estará em espelho algum,
por ora me nutre o verbo,
depois nem advérbio serei,
oxalá uma interjeição
de espanto pelo tempo que passou.
não estará em espelho algum,
por ora me nutre o verbo,
depois nem advérbio serei,
oxalá uma interjeição
de espanto pelo tempo que passou.
II
Em cada lua,
em cada sol,
um verso no poema que a vida
tece todos os dias.
em cada sol,
um verso no poema que a vida
tece todos os dias.
O ipê da minha quadra,
em penitência,
cobriu-se roxo.
em penitência,
cobriu-se roxo.
Além do ipê
muitos ecos
inaudíveis
a quem se farta das flores.
muitos ecos
inaudíveis
a quem se farta das flores.
III
Fosse o vento poesia,
cessariam as penas
de minha solidão.
Se nossas mãos se tocassem,
o prêmio seria o júbilo.
cessariam as penas
de minha solidão.
Se nossas mãos se tocassem,
o prêmio seria o júbilo.
Muito da nudez humana
são ódio e medo abraçados
dentro de nós.
são ódio e medo abraçados
dentro de nós.
No meio da noite,
Encharcaram um indigente
alegando lavar uma vergonha social.
Encharcaram um indigente
alegando lavar uma vergonha social.
Outro dia, acordei
no meio de uma
viagem quando me despertaram
para os afazeres da vida.
no meio de uma
viagem quando me despertaram
para os afazeres da vida.
O chão está sujo,
falta cor -
agem
para ag
ir (a) onde
se diz:
so
corro
falta cor -
agem
para ag
ir (a) onde
se diz:
so
corro
SINOPSE DE LAMENTOS
Jonas Pessoa, como se pode observar, escreve sobre a temática social, mas vista de dentro e não de fora como comumente é observada e descrita. O problema social geralmente é tratado em cima de dados estatísticos. Os governantes, todos eles, adoram fazer isso: apresentam cifras e números e ocultam o Ser, o lado humano do sofrer. Como aquele ditado que diz que “quem vê o doente não vê a doença da pessoa”.
Jonas Pessoa não faz isso, sua escrita espreita o lado de dentro, sob a perspectiva da doença, das chagas sociais cotidianamente pisadas por todos nós e nem sequer sujamos os sapatos das nossas consciências empedernidas, fechadas sobre si mesmas.
Pode-se argumentar que o registro meramente social e coletivo não seja matéria de poesia, mas a impressão que eu tive ao ler os originais de “Lamentos” é a de que o Jonas não está muito preocupado em fazer literatura e sim tentar desnudar a verdade escondida sob o tapete vermelho da hipocrisia.
Milton Rezende.
Jonas Pessoa não faz isso, sua escrita espreita o lado de dentro, sob a perspectiva da doença, das chagas sociais cotidianamente pisadas por todos nós e nem sequer sujamos os sapatos das nossas consciências empedernidas, fechadas sobre si mesmas.
Pode-se argumentar que o registro meramente social e coletivo não seja matéria de poesia, mas a impressão que eu tive ao ler os originais de “Lamentos” é a de que o Jonas não está muito preocupado em fazer literatura e sim tentar desnudar a verdade escondida sob o tapete vermelho da hipocrisia.
Milton Rezende.
BIOGRAFIA
JONAS PESSOA DO NASCIMENTO é cearense radicado em Brasília. É poeta, professor com pós-graduação em Língua portuguesa. Autor de O Grito (2010), Pedaços da Existência (2013), Palavras Trocadas (2015), Faces da (in)Diferença (2016), Lamentos (2017). Diagnóstico Duvidoso (2020). Todos estes publicados na plataforma do clubedeautores.com.br Em 1993, foi um dos vencedores do “Salão de Dezembro de Poesia – Prêmio José Sarney de Poesia” com o segundo lugar nacional. Em 2018, foi vencedor do I Prêmio Amazonas de Literatura com o livro Chão Partido. Possui poemas inseridos em algumas antologias e sites especializados em poesias. No Facebook, é autor da página poética Poesia da vida.
JONAS PESSOA DO NASCIMENTO é cearense radicado em Brasília. É poeta, professor com pós-graduação em Língua portuguesa. Autor de O Grito (2010), Pedaços da Existência (2013), Palavras Trocadas (2015), Faces da (in)Diferença (2016), Lamentos (2017). Diagnóstico Duvidoso (2020). Todos estes publicados na plataforma do clubedeautores.com.br Em 1993, foi um dos vencedores do “Salão de Dezembro de Poesia – Prêmio José Sarney de Poesia” com o segundo lugar nacional. Em 2018, foi vencedor do I Prêmio Amazonas de Literatura com o livro Chão Partido. Possui poemas inseridos em algumas antologias e sites especializados em poesias. No Facebook, é autor da página poética Poesia da vida.
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