Uma
vez eu sonhei que estaria
longe
daquilo que fiz da minha vida,
numa
cidadezinha menor que o meu ego
que
eu queria ver reduzido a cinzas.
Procurei
no mapa do tempo estatístico
e
encontrei a descrição da Serra da Saudade
onde
eu deveria habitar se fosse possível
alguém
se libertar do passado marcado.
Numa
manhã de domingo eu peguei
minha
sacola de utensílios mínimos
e
parti sozinho levando o meu pássaro
de
estimação numa gaiola de algodão.
Percorri
estradas e buracos sem bússolas
como
um andarilho que escapou de dentro
de
casa e agora anseia por um lar sem lugar
andando
em círculos concêntricos sem saídas.
Acordei
do sonho e estava com a cara amarrada
e
os pés sangrando de escalar montanhas de vidros
ocultos
nas cortinas da janela que dava para o bar
onde
se lia na tabuleta de madeira: mije no lugar.
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