sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020


terça-feira, 6 de maio de 2014


 "li com atenção e espírito crítico o seu Jardim Simultâneo e posso lhe dizer, com a sinceridade de sempre, que o achei mais realizado do que os seus anteriores. Nele você continua a destilar um sarcasmo e uma visão pessimista da vida, mas em termos muito pessoais, temperados com uma sutil ironia (ou auto-comiseração) que atenua, de certa forma, a negatividade dos conceitos. Não posso deixar de dizer que ainda acho a sua poesia muito auto-centrada, introspectiva, com tendência a resumir o fazer poético à análise do eu-poético. Tenho certeza que sua visão de mundo irá expandir-se, não que você se torne um poeta de registro social (o que seria deplorável), mas que sua visão comece a englobar o de-fora e o mais-além em conjuntura ou superposição ao este-sou-eu-e-por isso-me-critico. Fiquei feliz por ver que você abandonou a feitura de poemas meramente lexicais. embora ainda tenha havido umas reincidências como no caso de Botânica e variações da flor e em Alcunhas. Também que tenha colocado em plano inferior um certo hermetismo que virou a razão de ser dos poetinhas mais novos. Você já domina um instrumento; está falando (tocando, poetando) para um público adulto, que conhece poesia. O poema Breve e longínquo é um bom exemplo disto".

por Ivo Barroso


sexta-feira, 2 de maio de 2014


Meu conterrâneo (de Ervália) o poeta Milton Rezende mostra neste livro, Textos e Ensaios, que domina igualmente o ensaio, o conto curto, a reflexão. Esses artigos trazem como adendo os Pensamentos de Juventude, uma série de frases de espírito que classificam Milton como um dos nossos melhores witticists. Vejam estas: “A omissão implícita é pior do que a recusa deliberada.” “Eu também sou um Casanova. Só que mal sucedido.” 

Por Ivo Barroso


quinta-feira, 1 de maio de 2014

ÍMOLA


Eu vejo a morte
deslizar sua sombra
discreta pelos boxes
da Fórmula 1, sem
que a percebam.

Na véspera,
eu a vejo checar
cada componente
e inscrever neles
o seu desígnio.

Eu vejo a morte
perfilar-se junto
ao grid de largada
no circuito da Itália,
e ali sendo aceita.

No instante seguinte
eu a vejo fluir
sobre o cockpit
e se postar com a foice
na lateral do muro.

Eu vejo a morte
(que todos afinal viram)
nas imagens concretas dos
destroços que explodiam
nas telas de todo o mundo.

Depois eu a vejo
como uma sombra esquálida
que se retirava de (S)cena, 
deixando o espetáculo para
os protagonistas vivos.

Milton Rezende, "A Sentinela em Fuga e Outras Ausências", 2011

 





Em Inventário de Sombras, o poeta Milton Rezende percorre um itinerário de perplexidade, sempre acompanhado de seus temas básicos como a solidão e a morte. Entretanto parece haver agora uma maior diversidade temática própria a um levantamento poético e existencial. São poemas que se situam no limite do equilíbrio, naquela região de fronteira onde se cruzam (e ao cruzarem se misturam nos poemas) a realidade, o enigma, a melancolia, o acaso e o fragmentário. Ao mesmo tempo em que se procura manter um nível de qualidade e lucidez em todas essas composições. A sombra do autor e as suas imagens simbólicas se projetam sobre todo o volume como uma camada densa, reflexiva e amargurada. Uma fotografia cujo negativo entremostra os contornos de um homem totalmente envolvido pelo espectro do seu inventário poético.


Por Ferreira Jr.

quarta-feira, 30 de abril de 2014



“Agora o autor se mostra por extremos: uma parte deste livro é de poemas, digamos, antigos e a outra são os poemas mais recentes, escritos até o ano de 2006. Há casos em que ocorre um intervalo de vinte anos. Mas existe uma unidade no livro e essa unidade é o autor. Leia e comprove e faça essa viagem com ele, retornando à origem das coisas e vindo até próximo dos dias atuais. Mas não recue e nem avance muito. Se coloque no meio, no intervalo exato dessa poesia que tanto surpreende. E a vida será sempre um pouco diferente: para mais ou para menos, como se fosse uma estatística de sonhos e pesadelos intermitentes”.

Por Dierval


sábado, 26 de abril de 2014



            Milton Rezende é um poeta do desvelamento. Sua principal característica é enfrentar a objetividade ruidosa e dispersa das coisas, da rotina, do comum e arrancar um sentido novo. Em Uma Escada que Deságua no Silêncio, o objeto limado pelo autor é o território bruto e confuso da memória.
            Dessa forma, o autor evoca o aprofundamento aos temas básicos da condição humana: a solidão, o amor e a morte. Embora recorrentes, é verdade, no caso de Uma Escada que Deságua no Silêncio não pecam pela banalização ou gratuidade sentimentalista; dialogam com emanações da memória de forma dialética e, por vezes, produzem impasses. Nessa batalha o autor atinge o limite possível da expressão poética encarnando densidade, conteúdo e tratamento estético conciso.

Por Marcos Vinícius Almeida

sexta-feira, 25 de abril de 2014

"Milton Rezende, 44, ervalense, depois de muito pesquisar e após dois anos de trabalho ininterrupto concluiu e agora publica o 1º livro sobre a história de Ervália, município situado na Zona da Mata Mineira.
Trata-se de um ensaio histórico/literário amplamente ilustrado com fotos, quadros, desenhos, mapas, croquis e que, ao longo de suas 300 páginas, traça um painel abrangente (ainda que introdutório) de sua terra natal desde os seus primórdios, no século XVII até os dias atuais.
O livro, que traz a apresentação do poeta e tradutor Ivo Barroso, também filho da terra, conta ainda com o patrocínio da prefeitura local e de duas empresas sediadas em Santa Catarina – SC e pertencentes aos irmãos, Gilmar e José Élson, eles também ervalenses de nascimento e coração.
O autor já publicou quatro livros de poemas: O Acaso das Manhãs, Areia (À Fragmentação da Pedra), Inventário de Sombras e A Sentinela em Fuga e Outras Ausências e esta é a sua primeira incursão pela prosa.
A presente obra encontra-se dividida em capítulos, anexos, iconografia, apêndice e faz referências ao folclore local e seus personagens inesquecíveis. Mescla passado e presente e tenta projetar o futuro, numa permanente busca de uma síntese meio que impossível, mas que é continuamente tentada pelos homens.
Neste livro encontra-se ainda uma pequena antologia de poemas sobre Ervália e escritos por autores ervalenses de diferentes épocas e estilos. Há também letras de música e o vento que sopra do Monumento ao Santo Cristo, numa coreografia de coqueiros".

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